Na Graça antiga de Lisboa, onde a Rua Voz do Operário encontra o Largo de São Vicente, ergue-se há quatro séculos, sobre um lanço de muralha, um palácio. É o Palácio de São Vicente, mandado construir em 1606 por D. Diogo Soares, Secretário do Concelho de Portugal em Madrid, em plena época Filipina.

Foi neste canto da Graça, numa harmonia firmada pela convivência de séculos, virado a sul para o Tejo e para jardins, a norte, que no passado dia 23 de Junho de 2011, se desenrolou a cerimónia de casamento da Patricia e Gonçalo.

Há ecos de passos reais no Palácio de São Vicente. Diz-se que nele viveu a princesa Dª Joana, mãe de D. Sebastião. No séc. XIX teve a sua época áurea com Dª Mariana de Noronha, abrindo portas à elite nobre e intelectual da altura.
Em 1906, o palácio é vendido a Alfredo da Cunha, director do "Diário de Notícias" que faz grandes obras de remodelação, dirigidas pelo arquitecto Bigaglia, e traz para o palácio uma extensa colecção de azulejos de várias épocas, que fazem deste espaço, actualmente, um verdadeiro museu do azulejo.
O palácio renovado atrai a mais distinta sociedade da época, com festas e serões de música, teatro e poesia. Entre os frequentadores da casa está o poeta e dramaturgo Júlio Dantas. Mas todo esse brilho será apagado pelo escândalo que atinge Alfredo da Cunha e a mulher, Maria Adelaide. Drama este relatado em duas obras de Agustina Besa Luís, e também através de um filme realizado por Monique Rutler, "Solo de Violino".
Os actuais proprietários encontraram o palácio bastante degradado e atavés de profundas obras de restauro, devolveram-lhe o seu esplendor perdido, respeitando toda a sua traça original. Em Maio de 2006 o palácio abriu ao público as suas portas para a realização de eventos.
Patricia e Gonçalo, desejamos muitas felicidades e muita saúde, durante muitos e longos anos, são os votos do Ensemble FazMúsica.